A UFBA dispõe de espaço físico para oferta de até 150 mil vagas presenciais em componentes curriculares no semestre 2022.1, considerando salas, auditórios e laboratórios de informática adequados a parâmetros seguros de distanciamento entre pessoas vacinadas e a medidas protetivas necessárias em face da pandemia da Covid-19.
O dado é resultado de um levantamento minucioso e exaustivo realizado pela Superintendência de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sumai) da UFBA e evidencia a existência de condições para uma retomada segura de grande parte das atividades acadêmicas presenciais na Universidade, conforme estabelecido pela Resolução 07/2021 do Conselho Universitário, aprovada no dia 12 de novembro.
A estimativa leva em consideração a ocupação em até três turnos – conforme o regime de funcionamento de unidades, bibliotecas e pavilhões – da capacidade total de 9.831 postos simultâneos que a Universidade poderá oferecer em condições seguras, conforme aferido pelo levantamento da Sumai. Esse número, por sua vez, corresponde a 45,7% da capacidade habitual (pré-pandemia) das salas, auditórios e laboratórios de informática de toda a UFBA, em decorrência do cuidado necessário no processo de adequação dos espaços a parâmetros seguros para a realização de atividades presenciais.
Espaços sem condições adequadas de ventilação natural foram descartados – seus postos, portanto, não entram no cálculo da capacidade de vagas a ser ofertada em 2022.1. Assim, poderão ser ocupados somente 48,3% do total habitual das vagas em salas de aula da Universidade. Já auditórios e laboratórios de informática, por serem espaços com menor possibilidade de ventilação natural, terão sua ocupação ainda mais reduzida: a 31,9% do total de vagas habitual, no caso dos auditórios; e a 38,4%, no caso dos laboratórios.
A possibilidade de preenchimento de até 150 mil vagas presenciais em 2022.1 se aproxima das 154 mil vagas preenchidas no semestre 2019.1 (o último semestre equivalente realizado presencialmente), e é superior às 131 mil vagas preenchidas em 2021.2 (na modalidade remota). Contudo, essa estimativa não leva em conta o histórico de utilização diferenciada dos turnos e dias da semana pelas unidades e não computa a oferta de componentes na modalidade online em casos excepcionais, nos termos da Resolução 07/2021 do Consuni. Ademais, essa ocupação total pode não ser plenamente alcançada, tendo em vista a margem de ociosidade decorrente do não preenchimento da totalidade de vagas ofertadas na matrícula.
"Vale lembrar ainda que a atribuição de salas a cada componente curricular só é efetivada após o período de matrículas, que é quando se pode saber concretamente quantos estudantes se matricularam em cada disciplina", observa a superintendente de Administração Acadêmica, Nancy Vieira.
Parâmetros
Para as salas, auditórios e laboratórios computados no levantamento da Sumai – todos, portanto, dotados de janelas – considerou-se, para espaços com área de até 60 metros quadrados, um distanciamento mínimo de 1,3 metro para cada lado entre pessoas (ou 80 centímetros entre carteiras); e para espaços com mais de 60 metros quadrados, distanciamento de 1,2 metro para cada lado entre pessoas (ou 70 centímetros entre carteiras). Essas distâncias são superiores à distância de 1 metro entre pessoas atualmente recomendada pelo Ministério da Saúde, e a razão disso é o maior tempo de permanência das pessoas nos espaços de ensino, a possibilidade de movimentação entre as pessoas e a necessidade de falar que pode ocorrer em sala de aula. A título de comparação, de acordo com as normas técnicas normalmente adotadas (pré-pandemia) para definir a ocupação de espaços na Universidade, considera-se uma distância de 50 centímetros entre carteiras.
Os parâmetros de distanciamento entre pessoas utilizados no levantamento são menores do que a distância de 1,5 metro para cada lado entre pessoas estabelecida pelo Plano de Contingências e Medidas de Biossegurança publicado em dezembro de 2020, que vem orientando a realização de atividades excepcionais na Universidade. "Essa redução se explica por diversos fatores", observa o epidemiologista do Instituto de Saúde Coletiva e coordenador do Comitê de Assessoramento do Coronavírus na UFBA, Eduardo Mota. "O plano anterior foi elaborado quando caminhávamos para o pico da segunda onda da Covid-19, em dezembro de 2020, momento em que as taxas de incidência e de mortalidade eram elevadas e ainda não havia vacinas disponíveis no Brasil. Os novos parâmetros tomam por base a realidade atual, em que as taxas diárias de novos casos e mortes se encontram em níveis tão baixos quanto os do início da primeira onda, e a comunidade universitária estará com o ciclo vacinal completo."
Os novos parâmetros serão objeto de uma nova versão do Plano de Contingenciamento e Medidas de Biossegurança, a ser encaminhado em breve às unidades. Também serão encaminhados a cada unidade os dados do levantamento minucioso de utilização dos espaços realizado pela Sumai, levantamento que, enfim, deve subsidiar a conclusão do planejamento acadêmico.
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